Arte pública sob ataques
- 28/08/2021
- Postado por: Marco Antonio Portugal
- Categoria: Mobiliário Urbano
Arte pública pode ser definida como uma peça artística, geralmente uma escultura, colocada em espaço pública onde integra-se ao mobiliário urbano.
Essa definição e alguns outros aspectos foram trazidos aqui recentemente.
Mais uma vez, o assunto necessita de atenção, provocada por recentes atos de protestos, no mínimo, controversos.
Como denominar um protesto em que ateia-se fogo em algo?
Foi o ocorrido no Brasil com a estátua de Borba Gato, em São Paulo, e mais recentemente com a estátua de Pedro Alvares Cabral, no Rio de Janeiro.
Assim, o Brasil passou a constar na lista de países aonde ocorreram protestos que vandalizaram estatuas em homenagem a figuras históricas ditas controversas.
Mudar a história
Derrubar estátuas não apaga a história. Pelo contrário, melhor manter a lembrança, seja ela boa ou ruim, do que simplesmente tentar bloqueá-la, sob o risco de um fato ruim voltar a se repetir.
Seja o propósito originário da estátua homenagear alguém em específico, um grupo ou um momento histórico, antes deve ser considerado que se trata de uma arte púbica.
Portanto, ao tentar destruir uma estátua, o que se atinge na realidade é a obra de uma artista.
Arte vandalizada
Mas, nem é preciso atear fogo. Muitas dessas estátuas já se encontram degradadas pelo seu total estado de abandono.
Ainda assim, são vítimas de toda sorte de vandalismo ‘silencioso’ ocasionado por pichações, depredações e furtos de partes das esculturas.
Novamente, o maior vitimado é o artista.
Entretanto, há outro tipo de vandalismo sobre essas esculturas, mais grave do que qualquer outro que se faça perceber. A ignorância.
Pois, certamente muitos dos que passam diante dessas esculturas, primeiro, nem as notam. Segundo, caso sejam notadas, muito provável que não se saiba o motivo da escultura.
E em continuidade aos vandalismos, a Prefeitura do Município de São Paulo lançou uma lista do que considerou como monumentos ‘polêmicos’.
São 40 monumentos ao todo:
- Alexandre de Gusmão (1695-1753)
- Alfredo Maia (1856-1915)
- Almirante Joaquim Marques de Lisboa – Marquês de Tamandaré (1807-1897)
- Almirante Joaquim Marques de Lisboa – Marquês de Tamandaré (1807-1897)
- Amizade Sírio-Libanesa
- Andando – Monumento a São Paulo
- Anhanguera (1672-1740)
- Augusto de Prima Porta (63 a.C. – 14 a.C.)
- Borba Gato (1649-1718)
- Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
- Camões (1524-1580)
- Carlos Botelho (1899-1982)
- Conde Francisco Matarazzo (1854-1937)
- Conde Francisco Matarazzo Júnior (1900-1977)
- Conselheiro João José da Silva Carrão (1810-1888)
- Cristóvão Colombo (1451-1506)
- Cruz de Anchieta
- Fundadores de São Paulo
- General Estilac Leal (1893-1955)
- Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo
- Heróis da Travessia do Atlântico
- Homenagem ao Imortal Prefeito de São Paulo, José Vicente de Faria Lima (1909 – 1969)
- Infante Dom Henrique (1910-1993)
- José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838)
- José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência (1763-1838)
- José Bonifácio, O Moço (1763 – 1838)
- Monumento à Aldeia de Nossa Senhora dos Pinheiros
- Monumento a Cícero (106 a.C – 43 a.C.)
- Monumento a Duque de Caxias (1803 – 1880)
- Monumento à Independência
- Monumento às Bandeiras
- O Caçador de Esmeraldas (Fragmento do Monumento a Olavo Bilac, 1865-1918)
- Padre Bento Dias Pacheco (1819 – 1911)
- Padre José de Anchieta (1534 – 1597)
- Padre José de Anchieta, Apóstolo do Brasil (1534 – 1597)
- Pedro Álvares Cabral (1467 – 1520)
- Praça Hussam Eddine Hariri
- San Martin (1778 – 1850)
- Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo (1835 – 1906)
- Tiradentes (1746 – 1792)
Apesar de já terem sido pré-julgadas como ‘polêmicas’ não houve ainda uma declaração sobre os objetivos finais e as justificativas sobre cada uma das artes constarem dessa lista.