Arte pública sob ataques

Arte pública pode ser definida como uma peça artística, geralmente uma escultura, colocada em espaço pública onde integra-se ao mobiliário urbano.

Essa definição e alguns outros aspectos foram trazidos aqui recentemente.

Mais uma vez, o assunto necessita de atenção, provocada por recentes atos de protestos, no mínimo, controversos.

Como denominar um protesto em que ateia-se fogo em algo?

Foi o ocorrido no Brasil com a estátua de Borba Gato, em São Paulo, e mais recentemente com a estátua de Pedro Alvares Cabral, no Rio de Janeiro.

Assim, o Brasil passou a constar na lista de países aonde ocorreram protestos que vandalizaram estatuas em homenagem a figuras históricas ditas controversas.

Mudar a história

Derrubar estátuas não apaga a história. Pelo contrário, melhor manter a lembrança, seja ela boa ou ruim, do que simplesmente tentar bloqueá-la, sob o risco de um fato ruim voltar a se repetir.

Seja o propósito originário da estátua homenagear alguém em específico, um grupo ou um momento histórico, antes deve ser considerado que se trata de uma arte púbica.

Portanto, ao tentar destruir uma estátua, o que se atinge na realidade é a obra de uma artista. 

Arte vandalizada

Mas, nem é preciso atear fogo. Muitas dessas estátuas já se encontram degradadas pelo seu total estado de abandono.

Ainda assim, são vítimas de toda sorte de vandalismo ‘silencioso’ ocasionado por pichações, depredações e furtos de partes das esculturas.

Novamente, o maior vitimado é o artista.

Entretanto, há outro tipo de vandalismo sobre essas esculturas, mais grave do que qualquer outro que se faça perceber. A ignorância.

Pois, certamente muitos dos que passam diante dessas esculturas, primeiro, nem as notam. Segundo, caso sejam notadas, muito provável que não se saiba o motivo da escultura.

E em continuidade aos vandalismos, a Prefeitura do Município de São Paulo lançou uma lista do que considerou como monumentos ‘polêmicos’.  

São 40 monumentos ao todo:

  1. Alexandre de Gusmão (1695-1753)
  2. Alfredo Maia (1856-1915)
  3. Almirante Joaquim Marques de Lisboa – Marquês de Tamandaré (1807-1897)
  4. Almirante Joaquim Marques de Lisboa – Marquês de Tamandaré (1807-1897)
  5. Amizade Sírio-Libanesa
  6. Andando – Monumento a São Paulo
  7. Anhanguera (1672-1740)
  8. Augusto de Prima Porta (63 a.C. – 14 a.C.)
  9. Borba Gato (1649-1718)
  10. Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar (1794-1857)
  11. Camões (1524-1580)
  12. Carlos Botelho (1899-1982)
  13. Conde Francisco Matarazzo (1854-1937)
  14. Conde Francisco Matarazzo Júnior (1900-1977)
  15. Conselheiro João José da Silva Carrão (1810-1888)
  16. Cristóvão Colombo (1451-1506)
  17. Cruz de Anchieta
  18. Fundadores de São Paulo
  19. General Estilac Leal (1893-1955)
  20. Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo
  21. Heróis da Travessia do Atlântico
  22. Homenagem ao Imortal Prefeito de São Paulo, José Vicente de Faria Lima (1909 – 1969)
  23. Infante Dom Henrique (1910-1993)
  24. José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838)
  25. José Bonifácio de Andrada e Silva, Patriarca da Independência (1763-1838)
  26. José Bonifácio, O Moço (1763 – 1838)
  27. Monumento à Aldeia de Nossa Senhora dos Pinheiros
  28. Monumento a Cícero (106 a.C – 43 a.C.)
  29. Monumento a Duque de Caxias (1803 – 1880)
  30. Monumento à Independência
  31. Monumento às Bandeiras
  32. O Caçador de Esmeraldas (Fragmento do Monumento a Olavo Bilac, 1865-1918)
  33. Padre Bento Dias Pacheco (1819 – 1911)
  34. Padre José de Anchieta (1534 – 1597)
  35. Padre José de Anchieta, Apóstolo do Brasil (1534 – 1597)
  36. Pedro Álvares Cabral (1467 – 1520)
  37. Praça Hussam Eddine Hariri
  38. San Martin (1778 – 1850)
  39. Tenente Coronel Carlos da Silva Araújo (1835 – 1906)
  40. Tiradentes (1746 – 1792)

 

Apesar de já terem sido pré-julgadas como ‘polêmicas’ não houve ainda uma declaração sobre os objetivos finais e as justificativas sobre cada uma das artes constarem dessa lista.

 



Autor: Marco Antonio Portugal
Mestre em Gestão da Inovação e Engenheiro Civil pelo Centro Universitário da FEI, com MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV, MBA Executivo em Administração pelo Ibmec e MBA em Administração pelo Centro Universitário da FEI, possui mais de 25 anos de experiência no setor de Construção Civil, sendo 19 deles em uma das dez maiores empresas do setor no Brasil, onde atuou como responsável por projetos de desenvolvimento estratégico, além da posição como gestor de Custos e Controle e de outras áreas. Professor do MBA em gestão de projetos da BBS Angola desde 2019. Possui certificação como Project Management Professional – PMP® pelo Project Management Institute – PMI. Autor dos livros; Bússola de Gestão para a Construção Civil e Como Gerenciar Projetos de Construção Civil.

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